Pequim é Aqui I - Espírito Olímpico
Incrível o que a Olimpíada fez com o meu organismo. Acho que é a primeira vez na vida em que tenho uma sequência de noites dormindo mal e, ainda assim, mantenho um aspecto aparentemente saudável durante o dia. Suspeito que algum hormônio ligado à euforia tenha feito bem para a minha pele.
Como as competições televisionadas não me permitem desconcentração pela madrugada, é mais ou menos lá pelas cinco da tarde – em pleno expediente de trabalho – que me bate uma moleza. Mas acho que conseguirei conviver bem com isso. É só até o fim do mês.
Após uma semana de Jogos já posso dizer que eles superaram as minhas expectativas. E não falo apenas dos recordes na natação ou da medalha de Togo na canoagem (do tipo de coisa que eu daria manchete se fosse dono de um jornal e não precisasse vendê-lo). O que também me emociona nessa época quadrienal é a empolgação boba que toma conta de mim, pior do que toque engraçadinho de celular.
O "espírito olímpico" me faz criança, mas de um jeito diferente do "espírito de Natal". De repente eu volto a ser aquele garotinho fascinado com o primeiro Atlas, que acha impossível Burkina Faso ser um país com tantas dificuldades, considerando que a bandeira é tão legal. E me dou conta mais uma vez do quanto eu sempre serei um moleque obcecado por esportes, independentemente do número de livros de ciência política que leia para a faculdade.
Não adianta disfarçar, tentar não ficar estigmatizado. Todo mundo é fanático por esportes nas Olimpíadas, mas nem por isso vão deixar de achar estranho se eu contar que não consigo dormir em paz pensando na sequência de lutas dos brasileiros do dia no judô (e isso porque judô está longe de ser a minha modalidade favorita).
Não me orgulha. Não comentaria sobre isso com uma garota, por exemplo - por mais sem assunto que estivesse.
Achei que nessa Olimpíada seria diferente, dadas as minhas ocupações, responsabilidades, experiências de vida... Todas essas coisas que agora só me fazem ser ainda mais grato pelo sabor de uma Olimpíada aos vinte anos.
Também pensei que o horário atrapalharia muito, mas já percebi que não.
Vejo pessoas mais velhas falando que não sentem vontade de acompanhar e estão achando Pequim sem graça. Ah, francamente, isso pra mim não é análise séria e nem nostalgia, é despeito mesmo. Coisa de espírito de porco procurando defeitos nos corpos de outras pessoas numa tarde na piscina.
Vamos curtir a piscina!
Eu também tentei ficar aquém da Olimpíada dentro das minhas pretensões do que poderia significar maturidade. Ainda bem que me dei conta a tempo dessa bobagem. Uma pena que não exista álbum de figurinhas das Olimpíadas, pois precisava de algum produto desse tipo para afirmar meus interesses e prioridades no momento...
O aprendizado do novo estágio, o começo do semestre mais difícil da faculdade, os outros papos cotidianos ou até mesmo a campanha de vacinação. Tudo isso é menos interessante do que uma prova de adestramento no hipismo.
Como as competições televisionadas não me permitem desconcentração pela madrugada, é mais ou menos lá pelas cinco da tarde – em pleno expediente de trabalho – que me bate uma moleza. Mas acho que conseguirei conviver bem com isso. É só até o fim do mês.
Após uma semana de Jogos já posso dizer que eles superaram as minhas expectativas. E não falo apenas dos recordes na natação ou da medalha de Togo na canoagem (do tipo de coisa que eu daria manchete se fosse dono de um jornal e não precisasse vendê-lo). O que também me emociona nessa época quadrienal é a empolgação boba que toma conta de mim, pior do que toque engraçadinho de celular.
O "espírito olímpico" me faz criança, mas de um jeito diferente do "espírito de Natal". De repente eu volto a ser aquele garotinho fascinado com o primeiro Atlas, que acha impossível Burkina Faso ser um país com tantas dificuldades, considerando que a bandeira é tão legal. E me dou conta mais uma vez do quanto eu sempre serei um moleque obcecado por esportes, independentemente do número de livros de ciência política que leia para a faculdade.
Não adianta disfarçar, tentar não ficar estigmatizado. Todo mundo é fanático por esportes nas Olimpíadas, mas nem por isso vão deixar de achar estranho se eu contar que não consigo dormir em paz pensando na sequência de lutas dos brasileiros do dia no judô (e isso porque judô está longe de ser a minha modalidade favorita).
Não me orgulha. Não comentaria sobre isso com uma garota, por exemplo - por mais sem assunto que estivesse.
Achei que nessa Olimpíada seria diferente, dadas as minhas ocupações, responsabilidades, experiências de vida... Todas essas coisas que agora só me fazem ser ainda mais grato pelo sabor de uma Olimpíada aos vinte anos.
Também pensei que o horário atrapalharia muito, mas já percebi que não.
Vejo pessoas mais velhas falando que não sentem vontade de acompanhar e estão achando Pequim sem graça. Ah, francamente, isso pra mim não é análise séria e nem nostalgia, é despeito mesmo. Coisa de espírito de porco procurando defeitos nos corpos de outras pessoas numa tarde na piscina.
Vamos curtir a piscina!
Eu também tentei ficar aquém da Olimpíada dentro das minhas pretensões do que poderia significar maturidade. Ainda bem que me dei conta a tempo dessa bobagem. Uma pena que não exista álbum de figurinhas das Olimpíadas, pois precisava de algum produto desse tipo para afirmar meus interesses e prioridades no momento...
O aprendizado do novo estágio, o começo do semestre mais difícil da faculdade, os outros papos cotidianos ou até mesmo a campanha de vacinação. Tudo isso é menos interessante do que uma prova de adestramento no hipismo.
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