sexta-feira, novembro 13, 2015

Adeus, Rogério. Duas décadas passam como um filme (ou post) no coração tricolor



Triste lembrar que meus pais se desfizeram de uma camisa do Zetti que eu adorava. São-paulinos da minha idade certamente invejariam essa relíquia, aquele uniforme perpendicular com o autógrafo embaixo do distintivo. Há pelo menos 20 anos não tenho tamanho para entrar na roupa, mas a guardaria com carinho em uma gaveta por décadas até encontrar um sucessor... Paciência.

Tudo que remete ao São Paulo do início dos anos 90 é muito místico, foi uma equipe que simplesmente mudou a percepção dos brasileiros sobre Libertadores e redimiu Telê Santana. Comecei a formar meu caráter futebolístico no fim dessa época, quando éramos soberanos e não precisávamos produzir peças de marketing afirmando isso.

Apesar de sempre ter amado aquela camisa do Zetti, não me recordo tão bem das suas defesas para criar uma forte identificação. Por exemplo, do bimundial, quando tinha 5 anos, lembro do meu pai com uma bandeira na sala de casa, mas não tanto do jogo contra o Milan em si. Honestamente, minhas primeiras memórias nítidas são de 1994, uma delas muito marcante: quando nosso time de juniores, o sensacional Expressinho, eliminou o Corinthians titular na semifinal da Copa Conmebol.

Estava na mesma sala do bimundial, com a mesma bandeira, porém agora atento à televisão quando nosso goleiro reserva brilhou na decisão de pênaltis contra o maior rival. Ganhei um ídolo naquela noite, embora nunca pudesse imaginar a dimensão que ele alcançaria.

Pouco depois daquela experiência, em uma consulta médica, fui perguntado sobre o meu jogador favorito do São Paulo. O doutor queria puxar assunto, eu estava todo uniformizado... Ainda na êxtase daqueles pênaltis, lembro de responder Rogério. Nome que o fez pensar um pouco: "pera aí, o goleiro reserva?". Esse mesmo!

Não voltaria a dar essa resposta por alguns anos. O garoto promissor herdou a camisa de Zetti, porém, conforme cresci, em tempos muito mais modestos que os de Telê, passei a admirar principalmente a eficiência de França, o começo meteórico de Denilson e Dodô, a classe de Marcelinho Paraíba e a frieza de Aristizábal. Ah, sem esquecer do subestimado meia Vágner, que jogava muito, mas era expulso com uma frequência quase luísfabianesca.

Era legal ter um goleiro confiável que vestia camisas de caminhãozinho e fazia gols de falta. Além do mais era sósia do Luciano Huck e estava em fase tão boa que até foi lembrado por Zagallo e Luxemburgo para a seleção. Todos viam potencial e estavam satisfeitos, mas, como imaginaríamos que iria tão longe?

Aos poucos dava para ter uma ideia. Em 1999, Marcos foi a estrela da Libertadores palmeirense e o Corinthians tinha um Dida monstruoso. No São Paulo se falava mais sobre o goleiro reserva, Roger, que entrou em atrito com o técnico Carpegiani por posar nu. O titular, apenas Rogério (sem o Ceni), era excelente, porém ainda longe de ser um mito.

Por melhor que fosse o camisa 1 tricolor, ele pouco podia fazer para compensar a fragilidade de zagas formadas por Wilson, Jean, Paulão, Nem e companhia. Nosso futuro herói sofria como todos nós naqueles dias de trapalhadas dentro e fora do campo. Hoje temos Iago Maidana? Há 15 anos tivemos Sandro Hiroshi. Aidar? Uma versão piorada dos Bastos Neto. Doriva? Mário Sérgio.

Rogério começou a crescer justamente quando chegamos ao fundo do poço. Sim, a história é cíclica, essa crise de hoje me lembra muito a ressaca da década de 90 - com a diferença que antes perdemos de 7 para Lusa e Vasco e chegamos a ficar 10 anos sem sequer disputar Libertadores (importante ponderar também que na maior parte desse período o Brasil tinha apenas 2 vagas no torneio).

Hoje não temos motivos razoáveis para crer em dias melhores tão cedo. Em 2000, numa situação similar, começamos a nos reerguer com o início da maturidade do nosso goleiro. Ele virou Ceni, se firmou como capitão, aumentou a cada ano sua média de gols de falta (até chegar às absurdas temporadas de 2005 e 2006), marcou na final do Paulista contra o Santos, foi chave no vice-campeonato de uma Copa do Brasil perdida apenas por um triste vacilo, ganhou Bola de Prata da Placar, foi titular da seleção de Leão (e, se a memória não me trai, chegou perto de fazer seu gol com a camisa do Brasil, contra o Peru, no Morumbi).

Teve, sim, a mal explicada história da proposta do Arsenal, um fato isolado e pequeno em 25 anos de lealdade. Rogério talvez tenha usado de argumentos falhos para pedir um aumento salarial quando poderia ter feito isso apenas ressaltando sua crescente liderança no clube. Pode ter errado, pois o mito naqueles dias ainda era humano. Fato é que depois disso nunca fez corpo mole ou tentou lesar o São Paulo - pelo contrário, se dedicou cada dia mais. Apagou qualquer equívoco com o suor e a entrega de um simples dia de treinamento.

Se tornou mito porque treinou muito, encarou a profissão com uma seriedade incomum em qualquer área. Como não ser grato? Ainda seriam necessários alguns anos para colher os frutos de tanta dedicação, porém tudo foi recompensado ao seu tempo… 

No Brasileiro-2002, último ano de mata-mata, tivemos campanha superior a alguns campeões dos pontos corridos, mas não levamos. Em 2003 perdemos Kaká, um futuro melhor do mundo, sem ganhar mais do que curtos Rio-São Paulo e Super Paulistão. Em 2004 a retranca do Once Caldas nos tirou da final da Libertadores.

Eu não vivenciei jejum semelhante aos 13 anos sem títulos que meu pai encarou antes da construção do Morumbi, mas, diante de tantos baques, ia me acostumando com baixa autoestima futebolística e frustrações em jogos importantes.

Lembro bem onde estava em cada uma daquelas eliminações e esperava por novas. Apenas olhos muitos atentos saberiam dizer que nosso time estava evoluindo - e alegrias enormes estavam por vir.

Em meio a tudo isso, Rogério era cada vez mais líder. E treinava, melhorava. Treinava, treinava, treinava, treinava. Melhorava. Perdia, mas não desanimava. Treinava, treinava e treinava. Sem isso o São Paulo não se reergueria, não da forma que foi. O ano de 2005 foi simplesmente mítico.

No Paulista nossa campanha avassaladora não deu nem graça. No Brasileiro ganhamos de 5 do Corinthians no Pacaembu, não precisávamos fazer mais muito. E vencemos a terceira Libertadores! Com um goleiro sendo nosso artilheiro do torneio... E liderando uma equipe vencedora que passava uma confiança não sentida pelos tricolores há 12 anos.

Sou grato a muita gente por aquele momento. Desde Rojas, que nos fez voltar à Libertadores ainda em 2003, até Cuca, responsável por formar o quarteto mágico do Goiás (Fabão, Josué, Danilo e Grafite), além de Leão, Autuori, presidente Marcelo Portugal Gouvêa, obviamente todos os jogadores e meu pai, que me fez são-paulino. Mas nenhum deles poderia levantar a taça antes do maior responsável pela glória alcançada naquele 14 de julho de 2005, nosso (mais do que nunca) eterno capitão.

Já era impossível desassociá-lo ao São Paulo. E ainda teríamos outros 10 anos para vê-lo em campo…

Mas esses seriam muito diferentes dos 10 anteriores, iniciados com aquelas defesas de pênalti contra o Corinthians na Conmebol. Agora sabíamos que estávamos diante do nosso maior ídolo, um mito que foi gigantesco em todos os quesitos: longevidade, amor à camisa, títulos e excelência.

E ele construiu tudo por seus méritos, esforço e talento únicos. Tudo que veio depois pode ser contado mais sucintamente, são apenas outras façanhas de um mesmo mito: o jogo contra o Liverpool, os 3 brasileiros, os primeiros recordes, o centésimo gol no Corinthians, a liderança de sempre, as preleções, a incansável dedicação, as marcas (especialmente gols marcados e jogos por um mesmo clube) que não param de aumentar e dificilmente serão superadas. Aliás, se forem, certamente quem o fizer não será um mortal e levará pelo menos mais 25 anos.

Também não me incomoda nada falar dos momentos ruins: a falha na final da Libertadores-2006, sequências de pênaltis mal batidos, os gols de cobertura contra o Palmeiras neste ano, alguns frangos lamentáveis, outros frangos superdimensionados, o atual jejum de títulos... Tudo isso faz parte.

Quem chama Rogério de frangueiro ou, pior ainda, diz que é "mediano embaixo do gol", basicamente não vê futebol com seriedade. É justo preferir outros goleiros ou apontar suas falhas quando acontecem, mas tentar questionar o talento e a grandiosidade de alguém com essa história é pura dor de cotovelo (para não dizer estupidez).

Outras críticas, que é "mala", "arrogante", "falso", "se aposentou tarde", etc. até têm sua razão de ser. Ainda assim, discordo. A personalidade forte pode ser um defeito às vezes, mas admiro Rogério por ter se feito querido graças a suas conquistas, não por querer agradar a quem quer que seja. Da mesma forma, um profissional tão exigente consigo mesmo apenas prolongou tanto a carreira por acreditar ter condições.

Para mim, mesmo obviamente fora da melhor forma, ele, aos 42 anos, ainda é seguro e essencial para o time. Buscando apenas um exemplo, talvez se Ceni não jogasse no sacrifício contra o Ceará há dois meses, em um jogo que precisávamos de 3 gols fora de casa, tivéssemos caído antes na Copa do Brasil. O nosso São Paulo de tantas glórias está afundado em problemas e precisa se reinventar, mas não vejo a permanência de Rogério como um deles.

Pelo contrário, difícil projetar o futuro sem ele. Simplesmente porque o mito está lá desde que comecei a acompanhar o tricolor de perto, mesmo antes de saber que se tratava de um mito. E hoje foi marcado o amistoso da sua despedida, começa a cair a ficha e um filme passou em frente aos meus olhos com tudo o que escrevi.

Uma nova era de futebol se inicia para mim: sem o uniforme do Zetti, sem Rogério em campo. Com a certeza de que nunca verei nenhuma camisa ou goleiro e sequer jogador igual.

Para que seguir acompanhando futebol então? Porque o futebol seguirá sendo fantástico, um dia houve Rogério Ceni.

Tudo bem, essa é a vida... Chegou a hora. Ciclos se encerram, mitos são eternos.

Desolado pelo fim, mas agradecido por tudo que vi.

quinta-feira, julho 26, 2012

O time da soberba, da fé e dos sonhos

Para mim existem dois São Paulos, que convivem em um mesmo distintivo, como um Yin-yang de três cores. Conheço o São Paulo que entra em campo de calção vermelho, não impõe respeito a adversário algum e corre atrás da bola em um gramado seco do Morumbi descuidado após um show pop. Também já vi muitas exibições do São Paulo que veste calção branco, derrubou gigantes europeus no Japão e faz de qualquer campo um palco para mostrar a sua consistência. Quando o Tricolor joga de calção preto, como contra o Atlético-GO, a impressão é que qualquer faceta pode surgir – até mais de uma dentro de um mesmo jogo -, como ficou tão claro nos momentos distintos do empolgante 4 a 3 de ontem.

Há quem associe a imagem da torcida são-paulina à soberba. Esquecem que por trás da construção de um "6-3-3" há um passado no qual foi preciso fazer a moeda cair em pé. O São Paulo "soberano" não pode esquecer que também é "o mais querido" e "o time da fé e dos sonhos".

As conquistas recentes dos maiores adversários absolvem os são-paulinos de alguns constrangimento e exageros durante as fases mais entusiasmadas. Em momentos de grandeza, sempre surgem “torcedores modinhas” e demonstrações de inferioridade naqueles que parecem preferir provocar os rivais a comemorar o próprio título. O tempo prova que não existe torcida diferenciada, todas estão sujeitos a certos tipos de reações lamentáveis em um determinado contexto.

E é justamente o contexto atual que nos incomoda, mas a superação faz parte da nossa essência. Somos um time que escapou da falência por atos de heroísmo de fanáticos como Porfírio da Paz, autor de um hino que traduz o que veio a se tornar a alma tricolor: uma torcida exigente, que busca sempre ser entre os grandes o primeiro. Mas também um clube que representa valores e paixão, cujo lema é ostentar o nome de São Paulo dignamente.

O surgimento do São Paulo pode ser interpretado de duas maneiras: o resultado de um acordo entre membros de dois times elitistas, descontentes com a popularização do futebol, ou a representação das duas últimas instituições que lutaram pelo amadorismo e o que havia de romântico no esporte.

Com os mesmos olhares críticos podemos avaliar diferentes momentos da trajetória tricolor. Seria a construção do Morumbi uma bonita história de superação por um objetivo gigante ou controversa obra de um espírito esnobe? Seria o culto à Libertadores pura arrogância que tenta diminuir outras competições ou uma identificação natural com um torneio de atmosfera ímpar? Seria Rogério Ceni um exemplo raro de personalidade ou um "mala"?

Não nos importamos com o que pensem sobre cada questão. Amamos esse clube, que como qualquer outro tem boas e más fases, torcedores bons e ruins, dirigentes bons e ruins, dias de garra e covardia. Às vezes escolhe um calção infeliz, mas é sempre forte e grande. Obrigado pela raça ontem, time! Não acho que reagir e quase empatar com o lanterna signifique voltar a vencer clássicos e sonhar com títulos em um futuro breve, mas demonstramos ao menos que não vamos nos acomodar. Diante desse empenho, até o mais soberbo são-paulino lembrará que somos, antes de tudo, o time da fé e dos sonhos.

sábado, agosto 16, 2008

Pequim é Aqui II - Kirsty Coventry na fila do pão

Maios biônicos e diferenças descomunais de musculaturas. Analisando a natação nestas Olimpíadas, percebo um esporte escravo da tecnologia e dividido em castas. Uma civilização de mutantes, quase igual aquela novela da Record. Mas nem tudo está perdido, um pouco de charme ainda resiste, com pessoas/ atletas que se parecem como nós - e, entre essas pessoas, ninguém tem tanto a minha torcida quanto a “golden girl” do terceiro mundo. 

Não apenas por ser do terceiro mundo e muito menos por ser “golden girl” - até porque o apelido é acima de tudo uma forma carinhosa de reconhecer a competência de uma superatleta (ninguém pensou em mudá-lo quando ela foi prata em duas provas nas quais era favorita destacada). 

 Kirsty Coventry veio ao mundo para causar paradoxos, contrariar ideologias fortes em seu país e mesmo assim fazê-lo feliz e orgulhoso. Não imagino nada mais valioso do que isso numa Olimpíada. 

Quando ela nasceu, branca, no Zimbábue, aquela região vinha de uma sangrenta guerra racial. Tinha a independência reconhecida havia apenas três anos, e era governada pelo então herói negro Robert Mugabe (o mesmo Robert que, hoje, quase trinta anos depois, se mantém no poder e é um dos mais contestados chefes de estado do mundo). 

 A independência da Rodésia do Sul foi bacana, teve show do Bob Marley na capital Harare e uma simbólica mudança de nome (Zimbábue = “Casa de Pedra”, em um dialeto local). 

A nova nação, historicamente comandada pela minoria branca em um regime de segregação semelhante ao apartheid sul-africano, enfim estava nas mãos da maioria de seu povo. No entanto, assim que acabou a festa, veio à tona o ressentimento histórico dos zimbabuanos negros contra os seus compatriotas de origem européia. Infelizmente eles precisavam se vingar para igualar as coisas... É sempre assim. 

 Uma reforma agrária ilegal expulsou os brancos fazendeiros de suas terras. Nas cidades, eles passaram a viver em bairros homogêneos, sem significativa participação na política. Foi nesse cenário discriminatório que Coventry cresceu, e, assim que descoberta como um fenômeno da natação, mudou-se para os Estados Unidos - deixando para trás seus parentes, proprietários de uma indústria química. 

Vivendo no exterior, ela se acostumou a receber notícias ruins da terra natal: recordes de fome (num antigo modelo de prosperidade para a África), corrupção eleitoral e o estabelecimento da ditadura de Mugabe (que, por exemplo, venceu a última eleição na marra, forçando violentamente a desistência da oposição). Tudo isso agravado pela atual inflação, uma das maiores da história da humanidade, já beirando os 10 milhões por cento. 

Qualquer fila pra comprar pão no Zimbábue é caótica [para quem quiser se aprofundar nesse drama, sugiro a leitura do trecho zimbabuano do blog "Pé na África", do jornalista Fabio Zanini, referência para boa parte do conteúdo deste post] 

 O orgulho esportivo do Zimbábue, já outrora representado por uma seleção de críquete tradicional, o goleiro Bruce Grobbellar (um dos maiores ídolos da história do Liverpool) e alguns tenistas razoáveis, nunca esteve tão carente por feitos olímpicos da maior atleta de sua história. Coventry, desde as 3 medalhas conquistadas em Atenas-2004 (1 ouro, 1 prata e 1 bronze) é uma figura extremamente amada, capaz de mobilizar brancos e negros no sentimento de na(ta)ção. 

A prova está nos incansáveis elogios dirigidos à nadadora pela imprensa africana, até na manchete daqueles jornais estatais cuja linha editorial é retratar os brancos como vilões de todas as desgraças do continente. 

 Ela é talentosa, sorridente e batalhadora. Mas gosto ainda mais dela quando penso no que ela representa, além do muito que ela já é. Ontem, enfim, veio uma medalha de ouro, na prova dos 200m costas, e o hino do Zimbábue tocou em Pequim. Foram recompensados todos os que nunca deixaram de acreditar na “golden girl” (apelido, aliás, dado pelo tirano Robert Mugabe... Deixa pra lá...) 

 Queria mesmo era encerrar o post com um vídeo mostrando a voz emocionada da narração do Galvão Bueno zimbabuano, no momento do ouro. Não sei se esse registro chegará às minhas mãos um dia, mas espero que tudo tenha sido mais ou menos da maneira que eu imagino... 

 Na falta dele, uma foto emblemática dela: E, ah, claro. Valeu também, César Ciello! Mas o conterrâneo do Diego Tardelli era apenas a minha terceira pauta. Antes, ainda gostaria de ter falado um pouco sobre o nadador da Papua Nova-Guiné, Ryan Pini, que disputou a final olímpica na prova dos 100 m borboleta (ou “100 m mariposa”, como se diz em Portugal).

quinta-feira, agosto 14, 2008

Pequim é Aqui I - Espírito Olímpico

Incrível o que a Olimpíada fez com o meu organismo. Acho que é a primeira vez na vida em que tenho uma sequência de noites dormindo mal e, ainda assim, mantenho um aspecto aparentemente saudável durante o dia. Suspeito que algum hormônio ligado à euforia tenha feito bem para a minha pele.

Como as competições televisionadas não me permitem desconcentração pela madrugada, é mais ou menos lá pelas cinco da tarde – em pleno expediente de trabalho – que me bate uma moleza. Mas acho que conseguirei conviver bem com isso. É só até o fim do mês.

Após uma semana de Jogos já posso dizer que eles superaram as minhas expectativas. E não falo apenas dos recordes na natação ou da medalha de Togo na canoagem (do tipo de coisa que eu daria manchete se fosse dono de um jornal e não precisasse vendê-lo). O que também me emociona nessa época quadrienal é a empolgação boba que toma conta de mim, pior do que toque engraçadinho de celular.

O "espírito olímpico" me faz criança, mas de um jeito diferente do "espírito de Natal". De repente eu volto a ser aquele garotinho fascinado com o primeiro Atlas, que acha impossível Burkina Faso ser um país com tantas dificuldades, considerando que a bandeira é tão legal. E me dou conta mais uma vez do quanto eu sempre serei um moleque obcecado por esportes, independentemente do número de livros de ciência política que leia para a faculdade.

Não adianta disfarçar, tentar não ficar estigmatizado. Todo mundo é fanático por esportes nas Olimpíadas, mas nem por isso vão deixar de achar estranho se eu contar que não consigo dormir em paz pensando na sequência de lutas dos brasileiros do dia no judô (e isso porque judô está longe de ser a minha modalidade favorita).

Não me orgulha. Não comentaria sobre isso com uma garota, por exemplo - por mais sem assunto que estivesse.

Achei que nessa Olimpíada seria diferente, dadas as minhas ocupações, responsabilidades, experiências de vida... Todas essas coisas que agora só me fazem ser ainda mais grato pelo sabor de uma Olimpíada aos vinte anos.

Também pensei que o horário atrapalharia muito, mas já percebi que não.

Vejo pessoas mais velhas falando que não sentem vontade de acompanhar e estão achando Pequim sem graça. Ah, francamente, isso pra mim não é análise séria e nem nostalgia, é despeito mesmo. Coisa de espírito de porco procurando defeitos nos corpos de outras pessoas numa tarde na piscina.

Vamos curtir a piscina!

Eu também tentei ficar aquém da Olimpíada dentro das minhas pretensões do que poderia significar maturidade. Ainda bem que me dei conta a tempo dessa bobagem. Uma pena que não exista álbum de figurinhas das Olimpíadas, pois precisava de algum produto desse tipo para afirmar meus interesses e prioridades no momento...

O aprendizado do novo estágio, o começo do semestre mais difícil da faculdade, os outros papos cotidianos ou até mesmo a campanha de vacinação. Tudo isso é menos interessante do que uma prova de adestramento no hipismo.

segunda-feira, julho 07, 2008

Vinte anos

Na ocasião do meu vigésimo aniversário eu bebi até meu limite, talvez um pouco além – cerimonial que repito pelo terceiro ano consecutivo, embora cada situação tenha sido distinta da outra.

Engraçado isso, porque eu comprovadamente fico eufórico nessa época do ano, mas em hipótese alguma cogito fazer tão cedo uma festinha pra celebrar o milagre da minha vida.

Talvez porque eu tenha medo de que pouca gente apareça (pô, é a primeira semana de julho, o pessoal todo viaja...), ou talvez porque tenha medo de que venha mais gente do que deveria e eu me sinta desconfortável. Incomodado a ponto de justificar a minha cara contrariada com a desculpa de que dormi mal.

Já melhorei bastante em matéria de deixar de ser chucro. Ainda não promovo festas, mas pelo menos de uns anos pra cá tenho planejado com alguma antecedência o que fazer no dia do meu aniversário. Não o trato mais como um dia qualquer de férias e tal mudança de postura me proporcionou novamente bons momentos convertidos em porre.

Exagerar na dose seria mais condenável se eu o fizesse sozinho e causasse algum constrangimento. Mas, pensando nisso, me preocupo justamente em estar entre aqueles que sabem onde eu quero chegar quando bebo.

Afinal eu não sou do tipo que bebe e dança funk ou bebe e grita pra chamar a atenção. O que realmente me atrai no mundo ébrio são os louváveis papos que costumam nascer a partir de uma reunião de bons amigos. Gente que gradativamente vai soltando mais as suas idéias. Em geral é isso que me motiva a tomar mais um copo.

Nesse fim-de-semana foi assim. Numa chácara, em que outro camarada também era aniversariante, estive bastante feliz e saí de lá já com vinte anos - só que ainda a tempo de encontrar outros amigos paulistanos e abraçar a família dentro da noite do dia seis.

Claro que faltou comemorar com várias pessoas importantes, mas até que essas, quase em geral, telefonaram ou pelo menos deixaram um scrap pra tornar o dia mais bonito e irretocável.

Nas primeiras reflexões com a nova idade concluí apenas que devo manter-me atento para não desandar os planos já encaminhados, sem grandes novas pretensões por ora.

Mas pra não dizer que perdi meu dom metódico de traçador de metas, por esporte, tracei duas facinhas: investir no blog abandonado e comprar um daqueles fones pequenininhos e baratos, que não chame muito a atenção, para ouvir música no trabalho.

Acho que esses são dois aspectos em que falhei muito nos últimos vinte anos. Fica o meu desejo de evoluir em breve para um sujeito que não tem tanta preguiça de escrever e tão pouco cuidado para conservar fones.

quarta-feira, julho 25, 2007

¡Sí, se puede! Beause every little thing is gonna be all right

Tarde inesquecível na memória de quem viveu!
Equador x Jamaica, final do futebol no Pan.

sábado, julho 21, 2007

A força de uma fraqueza

Blefei quando falei em atualização, mas não houve má-fé. Foi como sempre: há um dia do passado perseguindo meus passos, e eu de forma alguma quero despistá-lo, apenas torço para que tropece e me permita abrir maior distância.

Se ele me alcança, aproveitará a oportunidade para me cobrar algo. Talvez não desgrude do meu caminho enquanto eu não fizer o que ele quer.

Teria então que concordar pacificamente e agradar aquele dia que veio de tão longe. Afinal, em algum momento da vida, fui eu quem o enchi de esperanças.

Do jeito que escrevo até parece que tenho um inimigo enterrado no jardim, ou abandonei uma garota grávida numa outra cidade, em um lugar onde eu tinha outro nome e muitas dívidas.

Não, não. Minhas tormentas são de baixíssimo nível ACM (deixando uma lembrança a Toninho Malvadeza, o falecido do dia. Descrito extraordinariamente numa frase atribuída ao General Figueiredo: "No dia em que existir uma maneira de medir a maldade humana, ACM será a unidade de medida. Ele é mau. Ele é mau...").

Pois é, não acumulei tantos ACMs a ponto de batê-los de frente quando não quero. São coisas mais bobas, às vezes imperceptíveis por anos e anos de tão pouco importantes, que caem em minhas mãos como uma bomba atirada do topo da árvore pelo sacana do Pica-Pau.

Do que estou falando? Já desvirtuei e dramatizei de mais, o caso não é de uma mente criminosa perturbada ou algo pior que eu tenha feito parecer.

O caso é de um coitado, vítima de suas promessas banais. Por acaso também um dos poucos de sua geração que tem um CD do grupo Assédio Social, e canta prestando atenção na letra: “prometo nunca mais prometer/ Depois eu cumpro”.

Em algum dos “O Poderoso Chefão”, provavelmente o primeiro, Don Michael Corleone comenta com sua esposa americana que “as pessoas só prometem algo quando não querem cumprir”.

Ou talvez eu tenha ouvido essa frase da Regina Volpato, no “Casos de Família” do SBT. Que seja, vale o ponto de vista. Não entendo dessa maneira, acrescentaria que as pessoas só prometem porque não querem cumprir... No momento.

Além das propostas indesejáveis, merecidamente empurradas, também prometo coisas que faria com prazer agora, e não faço apenas pela força de uma fraqueza inexplicável.

Dá raiva ouvir isso, mas é verdade: não existe “falta de tempo”; quem realmente quer, arranja tempo para tudo. Também não é desculpa o clima ou a distância, quando a enrolação é recorrente.

Paradoxalmente eu sou um sujeito determinado, raramente me conformo em passar vontade frente a que(m) realmente me interessa.

Ocorre que não me dou prazos, passo um dia a mais sem organizar as revistas do meu quarto e devendo uma consulta no dentista. Faço todos meus trabalhos de faculdade na última hora e falo como se ainda trabalhasse, mas não trabalho mais faz um tempo.

Detesto ser cobrado, no entanto admito render mais sobre pressão. Preencho minhas expectativas sedentárias vendo filmes e Pan com um pote de gelatina na mão. Tenho preguiça quando o mundo me pede pra tirar o pijama. Abuso da possibilidade de dormir na hora que quero e tenho descansado bem - esse deve ser o espírito, gostaria.

Dificulto intervenções do cotidiano mantendo o celular sem bateria e o msn offline. Fico feliz quando alguém se dá ao esforço do interfone ou da buzinada inconfundível, só que não faço muita questão.

Felizmente não sei ser só enfurnado, minha comodidade é temporária. Há menos de duas semanas eu fiz aulas de cfc (agora espero que marquem minha prova no Detran, sem pressa, porque já notei que não adianta tê-la), comemorei meu aniversário, freqüentei a vida de gente querida e sumida, conheci gente nova, joguei muita bola, até nadei, e tive um romance ao alcance das mãos.

Quase que acidentalmente, cumpri algumas promessas datadas de muito tempo: falei que ia encontrá-la e encontrei, falei que ia achar o jogo e achei, falei que ia passar uma noite na praia e passei, não falei que apareceria na festa e apareci. Falei que ia postar no blog e postei!

Mas ainda há dias me perseguindo, um novo a cada olhada pra trás. Alguns sentados na esquina que não poderei desviar, os mais velhos me pedindo favores de cabeça baixa. E eu peço licença entre eles, até porque já não me lembro onde me apresentei à maioria. Eles que me abordem, eles que procurem outra companhia.

Eu sou um enrolão, não posso ser. Quero ser jornalista e meu perfil terá que se enquadrar no oposto da minha natureza.

Corrijo, então. Eu ainda sou enrolão, preciso de paciência e compreensão, gostaria de poder atender a todos que se queixam.

Mas também não sou de todo mal. Perdôo promessas ilusórias que me envolvem e faço até piada com elas. Em recompensa, duvido que certos dias cheguem e de repente eles tocam meu ombro e me guiam até situações apoteóticas.

Ainda me faço de complicado e rabugento. Estão aí coisas que nunca serei, embora pareça gostar de procurar motivos.

quarta-feira, junho 20, 2007

Lembrei que você existe.

Capaz que amanhã eu poste algo...

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Pintando o (dois-mil-e-) sete

E hoje todos estamos bem-dispostos, do presidente empossado ao pobre-coitado com a maior ressaca do Reveillon.

Cada olhinho que brilha é um renovado sonho solitário. O otimismo sincronizado em uma comum crença universal... Encanto puro, tirante os gatinhos e cãezinhos com medo de fogos.

Assim todo ano começa, cheio de possibilidades! Transforme as suas em realidade!


Nada mais não, só queria mesmo usar o trocadilho.

domingo, dezembro 31, 2006

O Ano Novo já acordou

O Ano Novo vem aí, via Oceano Pacífico, sem atalhos.

Preguiça de ligar pra Kiribati e saber como estão lá.
Mas deve ter dado tudo certo, 2007 já é!


Aqui em São Paulo, há muitas horas da passagem do distinto camarada, penso antes de responder o enigma da imagem de texto:


7L9S ou LL9S?

Se eu responder errado, vem outra mais difícil. O Rapidshare que é o mestre, e não tenho como provar que ele rouba.

sábado, dezembro 30, 2006

Saddam likes Teen Spirit

Geralmente se cria um blog em tempos de inspiração pulsante, faminto pela necessidade de escrever qualquer coisinha que lhe martele. Os primeiros dias são sempre fartos de idéias e conteúdo, muitas vezes sequer esperando meia hora após a publicação do post de apresentação.

Não é meu caso mesmo, ando até meio desconfigurado com meus pensamentos, meio que “fechado para balanço”, aproveitando a reta final de 2006 para assimilar tudo que li, assisti e conversei no primeiro ano de maioridade e faculdade.

São pequenos flagrantes que apontam um cara longe dos 100% de equilíbrio: a preguiça para sair da cama, as perguntas não respondidas de imediato, o fim de filme deixado pra depois, e até o gol perdido na cara, por mais falta de concentração do que pela própria ruindade.

Assim, na falta do que dizer, justamente na apropriada situação para escrever, dedicarei aleatórios parágrafos a cada tema atual que me ocorre no meio da penúltima tarde do ano. Assunto é o que não falta.

Há algumas horas, é quase certo, foi à forca uma das figuras mais noticiadas das últimas três décadas. O sórdido malfeitor desprovido de caráter. O governante-intolerante, o ditador-do-horror, o vilão-sem-coração. Morreu Saddam Hussein - ele não sabia brincar.

Ver um cara desses de pescoço partido, perdendo a vida como as bruxas da inquisição; deixa forte o cheiro da maionese do retrocesso no ar. O que, no caso, é pior do que a pizza das punições menos radicais.

Em um dia santo para os muçulmanos. Sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU, dos governos do resto do mundo e nem do Papa. Sem um julgamento legal, sem levar em conta a perigosa revolta de seus partidários no Iraque. Foi tudo muito pouco. Dentro do prazo estipulado por eles mesmos, sentaram a cordinha e "bye, bye, Bigode".

Pra quê? Não demorou para os primeiros atentados brotarem na sequência, tão fatais quanto o tal massacre a 148 xiitas, aquele que incriminou Saddam. Hoje alguns poucos dormem vingados e satisfeitos, enquanto o mundo caquinho-de-vidro se afoga em mais instabilidade.

Era melhor deixarem-no morrer na prisão, pela conta da própria saúde.

Do modo que foi, fica ocupado o penúltimo assento do ônibus que partirá em breve ao inferno, levando, numa só viagem, aguardados e ilustres novos moradores (no ano em que morreram os cartolas do futebol Caixa d´Água e Nabi Abi Chedid; o ditador iugoslavo Milosevic, o chileno Pinochet, o paraguaio Stroessner, o turcomeno Niyazov... E Fidel Castro vai terminando os preparativos para também comprar sua passagem).

Enquanto isso, na mesma rodoviária do além, há um baú abandonado, sem qualquer destino. E, por isso mesmo, ali, fechado.

Foi por falta do que fazer que zapeei a TV ontem à tarde, pegando a metade final do último Disk da história. Sabia, mas já tinha me esquecido, que a MTV deixaria de passar videoclipes em 2007. Nas situações extremas que os choques proporcionam, concordei com o Badauí: “eu nunca quis presenciar o fim”.

Há muito tempo que não assisto TV direito, que dirá a MTV; uma deturpação do canal que foi minha importante influência cultural até 2000 e pouco. Eu assistia a melhor MTV do mundo, orgulhosa em não apelar para os realitys e porcarias de auditório que banalizaram a original norte-americana. Hoje não há diferença alguma no nivelamento por baixo.

O Disk ainda simbolizava algo de puro, mesmo com Felipe Dylon e Fresno no topo das paradas. Entendo o argumento de que “o jovem que procura clipes recorrerá à Internet”, mas e as madrugadas deitado de lado, vendo clássicos da boa música em seqüência? Foi assim que pelo menos ouvi falar de diversas bandas indies, bacanas de repetir o nome, mas das quais tive preguiça de me aprofundar.

Com mais propriedade, conheci Blind Melon, Heróis da Resitência e até algumas coisas de Elvis. Heranças que perdurarão pelo resto da vida... Acima das reviravoltas do canal.

A despedida foi constrangida, procurando deixar a melhor das impressões. Na espetacular seqüência de Raimundos, Ugly Kid Joe, R.E.M e Nirvana; ficou o convite à reflexão:

O canal de videoclipes abandona os videoclipes.
Conseqüência de um público desleal, que optou pela Internet.

“Debaixo de um teto de espelhos/ É onde tu estás a me chifrar/
Eu fico aqui coçando os meus córneos/ Imaginando em que motel você está/
Eu acho que o grande motivo agora eu sei/ Você deve pensar que eu sou broxa ou que eu sou gay/
Mas pra provar tudo que sinto/ Estou sozinho e sem ninguém pra me amar/ Estou sozinho e sem ninguém pra me amar”
Palhas do Coqueiro


O canal de videoclipes abandona os videoclipes.
Vai se nutrir de seus “Beija-Sapo”, o reflexo de quem lhe assiste.

“And as I hung up the phone it occurred to me/
He´d grown up just like me/
My boy was just like me”
Cats In the Cradle


O canal dos videoclipes abandona os videoclipes.
Como quem abandona suas convicções para ser o que não é.

“That´s me in the corner/ That´s me in the spotlight/
Losing my religion/ Triyng to keep up with you/
And I don´t know if I can do it”
Losing my religion


O canal dos videoclipes abandona os videoclipes.
Fedendo como a marca de desodorante, como o espírito jovem.

“I'm worse at what I do best/ And for this gift i feel blessed/
Our little group has always been/ And always will until the end”
Smells Like Teen Spirit


No pique, no pique. Também pensava em comentar algo da apocalíptica manutenção de dois dias do Orkut, inclusive gerando boatos sobre o fim da comunidade virtual. Mas não será agora. Para quem não ía dizer nada com nada, eu já falei mais que de mais. Deixa o final do filme pra depois...

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Catapultado

No ar desde 29/12/2006!
Agora deixarei o tempo transcorrer naturalmente.


Entre mortos e feridos, este deve ser o quarto ou quinto blog da minha trajetória (considerável rotatividade, lembrando que não faz muito tempo que tenho Internet instalada em casa. Foi um pouco antes de junho de 2002 – um pouco antes da Copa, por isso lembro – o dia em que meu velho PC indisposto ganhou o link colorido da Uol na área de trabalho).

Desde lá, pus no mundo cerca de 1,25 blog/ano, algo próximo do tempo de gestação humana, também capaz de gerar 1,25 bebê/ano. Sujeito às leis divinas, resta-me esperar que o ciclo da criação se encerre (ou ao menos desacelere) por aqui.

Com dezoito anos e “tanta” experiência, sei das dificuldades embutidas no sonho de escrever ao modo mais FODIDO: Forte, Original, Divulgado, Inspirado e Dinâmico, entre Outros atributos.


A prática aliada a boas leituras leva a uma penosa cobrança sobre nosso próprio texto, acabando por nos fazer renegar muito mais que apreciar. Tudo sem muita salvação depois do “publicar”.

Esperar por comentários é outro hábito que não combina neste cenário, sobretudo após os maiores posts. Cativar um leitor fiel, amigo seu, já é uma glória. Conquistar um desconhecido, distante da sua realidade, significa as nuvens. Dá o direito de avançar seis casas.

Posto tudo isso, tentarei uma vez mais despertar a minha alma blogueira, difícil de adormecer na faculdade de jornalismo.

Champagne no bum-bum do navio! Buuuuuu pelo alto mar. Mais um blog ignorado. Opa, inaugurado.

Netinho de Paula dá a bênção:
"Que seja eterno enquanto dure este amor/ Que dure para sempre/
Que seja abençoado por Deus/ Que seja diferente..."